Um método para unir a ciência e a prática
- Equipe Fácil Metodologia
- 3 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
“Profe, além de dar aula, você também trabalha?”
Não é incomum escutar essa pergunta dos alunos.
Uma pergunta cheia de paralelos interessantes.
Como se ser professora e se dedicar a academia não fosse em si um trabalho.
No entanto, nesse momento vamos focar nesse paralelo que separa a academia da prática. Que coloca ambos os mundos em universos diferentes.
Isso sempre me incomodou um pouco, e talvez esse incômodo tenha influenciado nos caminhos que venho escolhendo, inclusive na pesquisa.
Quando fiz a dissertação do meu mestrado escolhi como método o Design Science Research. Se adequa perfeitamente com o problema de pesquisa que eu buscava responder, de construir e validar um framework (artefato). Um método pragmático, bastante rigoroso que consegue aproximar uma pesquisa acadêmica, com uma entrega prática.
Enquanto o design science é o paradigma epistemológico, o Design Science Research, como citado por Dresch, Lacerda e Antunes Júnior (2015, p. 67), “é o método que fundamenta e operacionaliza a condução da pesquisa quando o objetivo a ser alcançado é um artefato ou uma prescrição”.
Importante aqui definirmos o que é artefato:
Lembram do famoso Business Model Canvas de Alexander Osterwalder?
Este template para desenvolver negócios pode ser considerado um exemplo de artefato.
Artefato são modelos, métodos de implementação ou inclusive, podem ser a descrição técnica de um futuro aplicativo ou dispositivo.
Algumas dicas muito importantes:
Não defina este método para a sua pesquisa apenas porque acha ele bacana. Escolha se ele for o ideal para o seu problema de pesquisa!
O DSR é ideal quando o objetivo é de desenvolver e validar artefatos, sejam eles frameworks, sistemas, modelos conceituais e construtos, por exemplo.
Tenha seus protocolos de pesquisa muito bem descritos e detalhados, eles darão consistência para a sua pesquisa.
Esteja preparado para fazer o campo e escrever seus resultados de forma intercalada. No DSR não é primeiro o campo e depois analisar resultados. Você muito provavelmente irá a campo algumas vezes, intercalando com etapas de análise de resultados e desenvolvimento do artefato.
Tenha tempo. Mesmo que sua pesquisa seja rápida para os padrões de DSR. É um método difícil de ser realizado com qualidade em poucas semanas.
Quer um exemplo prático?
Essas foram os passos da minha pesquisa:
- Cada uma das entrevistas realizadas, independentemente da etapa de validação, buscou aprimorar o conhecimento sobre os constructos presentes no artefato -
Ainda, em outras aplicações do método, a versão final do Framework poderia ter sido colocada em prática, como uma etapa final de validação. Aqui, por vários motivos, optou-se por finalizar a pesquisa na validação teórica.
Que você achou?
Autora: Virginia Westphalen Moreira
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