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QCA

Sabe aquela cena clássica de desenho na qual a personagem cai em um buraco que vai levar ao fundo de um castelo escuro? Daí quando ela recupera os sentidos olha ao redor e existem umas dez portas diferentes, de tamanhos diversos e ela não sabe qual escolher para sair dali?

Pois o QCA é mais ou menos isso, existem vários caminhos possíveis para um resultado desejado. Contudo, não é qualquer combinação que leva a esse resultado.

Voltando a nossa personagem... ela testa uma porta, mas é pequena demais para ela, então ela já tem uma condição necessária, precisa de uma porta pela qual ela consiga passar. Assim, ela testa as portas uma a uma e percebe que são três que possuem esta condição.

Ela entra na primeira, anda meia hora e logo percebe que voltou ao ponto de partida, saindo por outra porta. Assim, o tamanho da porta é necessário, mas não suficiente. Ela precisa de uma porta com tamanho necessário e que leve para fora do castelo. Ela precisa de uma combinação de condições.

O QCA usa matemática booleana e lógica combinatória das variáveis para descobrir qual o conjunto de condições que são necessárias e/ou suficientes para um determinado resultado. É um método que usa a comparação entre diferentes casos.

Para quem adora números, mas a questão de pesquisa levou para uma metodologia que exige análise aprofundada de casos em cenários complexos, cujo contexto precisa ser levado em conta, então o QCA é a solução. É um método qualitativo, que exige certa habilidade e gosto por matemática.

 

 

5 CONCEITOS CHAVE

  • Combina a análise qualitativa e quantitativa

  • Análise de causalidades complexas

  • Vantajoso para pesquisas com N pequeno ou intermediário

  • Comparação de casos

  • Analisa uma configuração de variáveis

Características

Estudo comparativo de casos / problema que envolvam causa e efeito  / análise de cenários, configurações de cenário. Dificuldades ao adotá-lo e/ou limitações: não há consenso sobre número de casos, alguns autores citando de 5 a 200 e outros estudos falando em 5mil / possibilita um cenário de causas para determinados efeitos, porém não determina uma certeza de que determinada combinação causará determinado efeito

PRINCIPAL AUTOR

  • Charles C. Ragin

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ARTIGOS DE REFERÊNCIA

Configurational comparative methods: qualitative comparative analysis (QCA) and related techniques. Charles C. Ragin; Benoît Rihoux. Los Angeles: London, Sage, 2009.

https://www.worldcat.org/title/configurational-comparative-methods-qualitative-comparative-analysis-qca-and-related-techniques/oclc/473617821&referer=brief_results

Introduction to qualitative comparative analysis. Charles C. Ragin; Thomas Janoski. Evanston, III: Northwestern Univ., Center for Urban Affairs and Policy Research, 1992.

https://www.worldcat.org/title/introduction-to-qualitative-comparative-analysis/oclc/45279717&referer=brief_results

Qualitative comparative analysis in mixed methods research and evaluation.  Heather L. Kane; Leila C. Kahwati. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2020.

https://www.worldcat.org/title/qualitative-comparative-analysis-in-mixed-methods-research-and-evaluation/oclc/1104923090?referer=list_view

  • Para quais situações de pesquisa a etnografia é indicada?
    A etnografia é indicada para situações em que o pesquisador objetiva compreender melhor um grupo social e sua cultura. Um elemento fundamental neste tipo de pesquisa é a profundidade: é uma pesquisa que leva tempo com vistas à identificação de elementos sobre grupos como seus ritos e mitos. A etnografia é boa para quando você tem um problema de pesquisa que versa sobre a subjetividade de grupos sociais; para o qual você não sabe por onde começar para descobrir a solução. Tem uma tendência a ser bastante exploratória.
  • A sua presença não impacta o que você está observando?
    Sim, mas ao reconhecer nosso impacto no ambiente o pesquisador pode minimizar seu impacto sobre os achados de pesquisa. Os esforços do pesquisador são no sentido de criar uma ambiente confortável e no qual a figura do pesquisador seja naturalizada; o que leva tempo até aculturação.
  • Como balancear aculturação e distanciamento?
    A aculturação pressupõe contato com grupos de pessoas, entretanto não pode ser confundida com assimilação. A assimilação na verdade pode ser uma etapa na aculturação mas que é raramente atingida e que não deve ser objetivada em processos de pesquisa, pelo contrário, o processo do pesquisador compreende ciclos de imersão e de distanciamento que permita o exercício tanto da imersão na coleta de dados quanto o afastamento na análise que permita o estranhamento do familiar que há em nós, parafraseando Roberto Damatta.
  • A pesquisa etnográfica possui uma pergunta prévia de pesquisa?
    Geralmente sim, embora a pesquisa etnográfica tenha uma tendência a ser indutiva e de caráter exploratório, ela parte de alguma problema de pesquisa específico. A pergunta pode partir de dados particulares, que a partir de uma seqüência de operações cognitivas chega a leis ou conceitos mais gerais dos efeitos à causa, das conseqüências ao princípio, da experiência à teoria.

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Obrigada(o)

Email: facilmetodologia@gmail.com

Facilitadoras: Dra Kadigia Faccin, Luiza Fróes, Dra Bibiana Volkmer Martins

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