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Etnografia

O método de etnografia tem a finalidade de melhor compreender o estilo de vida ou a cultura específica do grupo pesquisado, levando em conta seu sistema de valores, sua experiência de vida, pensamentos, emoções, sentimentos e práticas que constituem sua própria realidade.

Este método conta, substancialmente, com as técnicas de observação participante e tem forte ênfase em explorar a natureza de um determinado fenômeno social, envolvendo a análise de dados não estruturados para interpretação de significados e funções das ações humanas. Como propósito, as técnicas etnográficas separam os fatos das ficções, o extraordinário do comum e o geral do específico que só é alcançado pelo envolvimento prolongado, contínuo e em primeira mão na comunidade estudada.

 

 

5 CONCEITOS CHAVE

  • Vivência real.

  • Imersão e aculturamento.

  • Observação participante.

  • Diário de campo.

  • Empatia e confiança.

Características

Aculturação: requer que o pesquisador realize uma imersão no cotidiano de uma determinada cultura, pois só assim ele compreenderá o universo sociocultural do seu objeto de estudo. 

 

Confiança: É fundamental que o pesquisador desenvolva um alto nível de confiança com a comunidade observada de forma que sua presença seja invisível ao convívio dos demais membros da comunidade.

Isenção: Além disso, apesar de todo o seu conhecimento científico, é importante que o pesquisador esteja livre de ideias preconcebidas. Que consiga ir a campo com a mente aberta e com a capacidade de mudar seus pontos de vista.

Sensibilidade: A emoção é vista como indispensável para quem se propõe a estudar cultura. A riqueza da coleta de dados está profundamente relacionada com a capacidade do etnógrafo de ouvir e compreender o outro com base na emoção. Ela é fundamental para o desenvolvimento da sensibilidade e da empatia entre o pesquisador e o informante.

Proximidade e distanciamento: O estudo etnográfico demanda do pesquisador a habilidade de desenvolver a proximidade e o distanciamento em relação ao objeto pesquisado. A proximidade é fundamental para a coleta de dados da mesma forma que o distanciamento se faz necessário no momento em que são realizadas a transcrição e análise das informações obtidas.

PRINCIPAIS AUTORES

  • Stephane Jaumier: Grenoble Ecole de Management.

  • John Van Maanen: MIT Management Sloan School.

  • Eric Arnould: University of Southern Dernmark.

  • Simon Down: University of Birmingham.

  • Carine Farias: ISTEC Paris.

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ARTIGOS DE REFERÊNCIA

Subcultures of consumption: An ethnography of the new bikers.

SCHOUTEN, J. W.; MCALEXANDER, J. H. Subcultures of consumption: An ethnography of the new bikers. Journal of Consumer Research, v. 22, n. 1, p. 43-61, 1995. Números de citação (Web of Science): 888. http://www.stevenlaurie.com/wp-content/uploads/2011/11/Subcultures-of-Consumption-An-Ethnography-of-the-New-Bikers.pdf

The fact of fiction in organizational ethnography

VAN MAANEN, J. The fact of fiction in organizational ethnography. Administrative Science Quarterly, v. 24, n. 4, p. 539-550, 1979. Números de citação (Web of Science): 587.

https://www.jstor.org/stable/pdf/2392360.pdf?refreqid=excelsior%3Abf919ae8380318ac22cebdb17d5581f3

Atravesando fronteras/border crossings: A critical ethnographic exploration of the consumer acculturation of Mexican immigrants.

PEÑALOZA, L. Atravesando fronteras/border crossings: A critical ethnographic exploration of the consumer acculturation of Mexican immigrants. Journal of Consumer Research, v. 21, n. 1, p. 32-54, 1994. Números de citação (Web of Science): 403.

https://academic.oup.com/jcr/article-abstract/21/1/32/1853764

Technicians in the workplace: Ethnographic evidence for bringing work into organizational studies.

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Doing gender, doing entrepreneurship: An ethnographic account of intertwined practices.

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https://www.researchgate.net/publication/227606264_Doing_Gender_Doing_Entrepreneurship_An_Ethnographic_Account_of_Intertwined_Practices

Toward an Ethnography of the National Economy.

APPEL, H. Toward an Ethnography of the National Economy. Cultural Anthropology, v. 32 n. 2, p.  294-322, 2017. Cultural Horizons Prize 2018.

https://journal.culanth.org/index.php/ ca/article/view/ca32.2.09

  • Para quais situações de pesquisa a etnografia é indicada?
    A etnografia é indicada para situações em que o pesquisador objetiva compreender melhor um grupo social e sua cultura. Um elemento fundamental neste tipo de pesquisa é a profundidade: é uma pesquisa que leva tempo com vistas à identificação de elementos sobre grupos como seus ritos e mitos. A etnografia é boa para quando você tem um problema de pesquisa que versa sobre a subjetividade de grupos sociais; para o qual você não sabe por onde começar para descobrir a solução. Tem uma tendência a ser bastante exploratória.
  • A sua presença não impacta o que você está observando?
    Sim, mas ao reconhecer nosso impacto no ambiente o pesquisador pode minimizar seu impacto sobre os achados de pesquisa. Os esforços do pesquisador são no sentido de criar uma ambiente confortável e no qual a figura do pesquisador seja naturalizada; o que leva tempo até aculturação.
  • Como balancear aculturação e distanciamento?
    A aculturação pressupõe contato com grupos de pessoas, entretanto não pode ser confundida com assimilação. A assimilação na verdade pode ser uma etapa na aculturação mas que é raramente atingida e que não deve ser objetivada em processos de pesquisa, pelo contrário, o processo do pesquisador compreende ciclos de imersão e de distanciamento que permita o exercício tanto da imersão na coleta de dados quanto o afastamento na análise que permita o estranhamento do familiar que há em nós, parafraseando Roberto Damatta.
  • A pesquisa etnográfica possui uma pergunta prévia de pesquisa?
    Geralmente sim, embora a pesquisa etnográfica tenha uma tendência a ser indutiva e de caráter exploratório, ela parte de alguma problema de pesquisa específico. A pergunta pode partir de dados particulares, que a partir de uma seqüência de operações cognitivas chega a leis ou conceitos mais gerais dos efeitos à causa, das conseqüências ao princípio, da experiência à teoria.

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Email: facilmetodologia@gmail.com

Facilitadoras: Dra Kadigia Faccin, Luiza Fróes, Dra Bibiana Volkmer Martins

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